sexta-feira, 26 de março de 2010

Estás disposta a RECEBER?

Ao longo de pelo menos 2000 anos, aprendemos a PEDIR.

Pedimos coisas ao Pai do Céu, a Nossa Senhora, a Jesus, ao Anjo da Guarda, aos Arcanjos, aos Santos, e à medida que chegávamos lá, a Buda e aos Mestres Ascensos. Por fim passámos para o fascínio de pedir às Hierarquias dos Centros Intraterrenos, e mais distante ainda, aos Irmãos Maiores de Sírius, das Pleiades, a certos Comandantes de Naves Espaciais. Ah, e não esqueçamos a fase dos pedidos à Deusa. Pedimos saúde, pedimos amores, pedimos que nos salvassem a pele das nossas dívidas e dos nossos pecados. Fizemos negócios -dás-me isto e eu vou a Fátima a pé. Comprámos indulgências. Demos esmolas aos pobrezinhos. Contribuimos para as missões. (Eu tricotei 5 cachecóis de lã para África, quando estava no colégio das freiras. Foi muito bera da minha parte. Começava com 100 malhas e acabava com 35. Bem, só tinha 10 anos, deram-me umas agulhas sem barbela, e portanto deixava cair muitas malhas. Suei que me fartei mas nunca desisti. Só de pensar num pretinho em África com o meu cachecol de lã às riscas enrolado no pescoço, punha-me em êxtase absoluto, com os olhos em alvo e tudo! Sim, foi uma fase muito mística para mim. Eu era muito firme na minha fé. Nem vacilei com a dor e a revolta de ver a Irmã «sacrista» a polir os castiçais de prata com o meu primeiro cachecol. Bem adiante.)

Gentes! Não foi pêra doce ficarmos diplomados em «Pedintes Encartados». Puxa, eu cá fiz sacrifícios pra caramba! Permitam-me que faça uma vénia simbólica a cada um nós, doutores diplomados, com o meu chapéu empenachado. Foi obra!

Mas agora, queridos amigos, que aprendemos tão bem a Pedir, chega a hora de aprender a Receber. E aqui, com vossa licença, é que a «porca torce o rabo». Clandestinamente infiltrado no nosso ADN está um cromossoma danado, aquele que diz coisas tais como: «Egoista, só pensas em ti! Quem és tu para conseguir isso? Já te esqueceste dos teus pecados? E os 20 paus que roubaste da carteira do teu pai para comprar tabaquinho? (2 pecados graves duma só vez!). E a grandessíssima mentira que pregaste à tua mãe? E as cábulas de matemática? Pior ainda: e a vez em que comungaste em "pecado mortal"? Um horror. E isto foi só na infância! Receber? Nem penses!».

Não sei porque é que a vis comica me está a atacar hoje, mas tudo isto dá-me mesmo vontade de rir. Estas coisas não precisam de ser muito sérias, na verdade. Só precisamos de PERCEBER cá dentro. E se estivermos de bom humor, melhor ainda!

Chegou a hora de receber.

Receber o quê? TU, a tua ESSÊNCIA.

Para continuares a pedinchar?
Vê se cresces.
Quando Tu e a tua Essência forem UM só, não precisas de pedir nada: Manifestas e já está.

Mas para isso, tens de fintar o cromossoma danado:
Quanto de TI MESMA estás disposta a receber?

Quanto tempo por dia dedicas a preparar conscientemente a morada, o templo onde vai morar a tua Essência?

Quantas vezes por dia te lembras de respirar esse convite?

Se não fizeres isso só POR TI e PARA TI... olha, não há nenhum santinho que te valha!

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